segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

O verdadeiro tesouro



Desde “A paixão de Cristo”, de Mel Gibson, eu não chorava tanto assistindo a um filme. Ontem, atrasada um ano, porque o longa foi exibido em janeiro de 2007 aqui no Brasil, assisti “Diamante de Sangue”, de Edward Zwyck.
Chorei, mas não como quando vemos uma cena emocionante, ou não somente por isso. Chorei pela África, o continente abandonado, esquecido, rejeitado.

Um território tão grande, que foi tão explorado quando era colônia e como o filme denuncia, continuou a ser, mesmo após a independência. Acredito que uma das questões mais complicadas quando falamos da África, é que por ter sido por muito tempo colonizada, não desenvolveu como por exemplo, aqui na América Latina, o conceito de Nação. As Nações são praticamente ficitícias, não representam de verdade o povo, os governos não se interessam em desenvolvê-las, mas somente em se manter no poder.

Assim o que tem-se são diversas tribos, etnias diferentes que não convergem, abrindo margem para as guerras civis, como a do Quênia, que está mais em evidência no momento. Como o personagem Solomon Vandy (Djimon Housou) diz no filme, o pior não é o que o branco faz, mas o que eles fazem a si mesmo.

Pra mim o que a África precisa não é somente a ajuda de assistencialistas Ocidentais, ou intervenção da ONU. Acredito que o que a África mais necessita é auto-reconhecer-se como uma grande comunidade que deve lutar unida.
A África deveria ouvir mais um de seus filhos mais fiéis, que ironicamente, nasceu do outro lado do oceano, Bob Marley:
“Então Africa te une, te une para o bem do nosso povo
Te une pois está mais tarde do que você pensa
Te une para o beneficio de suas crianças
Te une pois esta mais tarde do que você pensa”
(Africa Unite)

3 comentários:

Rose Soler disse...

Ontem eu estava assistindo a um documentário que falava exatamente sobre isso, sobre a exploração dos diamantes na África e os efeitos que esse fenômeno causou no povo local.

Ainda não vi o filme, mas só de ver o documentário posso concordar com vc. A África é uma nação desunida, onde os povos não se consideram como irmãos, apenas como inimigos.

E talvez nós sejamos os culpados por essa realidade, pois ao tratarmos aquele povo como uma mercadoria não reforçamos nele o espírito de união que vemos nas outras nações do mundo. E hoje pouco podemos fazer para mudar esse cenário de miséria e matança. Mas quem sabe um dia isso possa ser contornado, e possamos ver a África convertida em uma verdadeira nação. Basta que não desistemos deles.

Cibele Lima disse...

Por mais que a Africa venha a se enxergar ainda faltará muito!
Faltará que as sociedades desenvolvidas deixem de sentir dó da Africa e passem a respeitar, se solidarizando e, acima de tudo, ajudando como a irmãos!!

Enquanto acharmos que cada nação tem seu problema, independente do resto mundo, a Africa, e outros tantos países "esquecidos", serão lembrados apenas no cinema e por meio dele!

Lívia Lima disse...

É verdade Ci, a gente sabe disso mais do ninguém por causa da matéria do Paraguay, o país invisível...as vezes os problemas só aparecem assim....é preciso muito mais....