Essa semana eu tive duas experiências artísticas muito interessantes. Na terça-feira, fui em um bate-papo sobre cultura livre com Fernando e Gustavo Anitelli, d’O teatro Mágico no espaço jesuíta Anchietanum. O grupo ganhou destaque ao mesclar música, poesia, circo, teatro em espetáculos emocionantes, que atingem sobretudo os jovens.
No dia seguinte, na quarta-feira, tive uma surpresa boa, ganhei ingresso para assistir ao musical “Bibi, histórias e canções”, uma merecida homenagem para Bibi Ferreira, artista maravilhosa, que eu pouco conhecia, pois infelizmente minha geração não acompanhou tanto o seu trabalho. Entre o público, no teatro Frei Caneca, predominavam pessoas idosas.
Essa sequência de eventos me fez pensar muito sobre a cultura brasileira, sobre como possuímos artistas incríveis ao longo da história, nem sempre valorizada. Nosso país precisa dar mais destaque para essas pessoas e mais pessoas precisam conhecê-las, ter acesso a espaços culturais, vivenciar momentos como os que eu vivi.
Ver Bibi Ferreira, aos 90 anos (e sob um salto muito alto), cantando lindamente foi uma grande lição de vida. É preciso ter muita paixão pelo que se faz para ter disposição e continuar se apresentando nessa idade. É preciso amar muito a vida para não se entregar.
Me emocionei muito com suas histórias, com sua alegria, com seu humor, até mesmo ao lidar com o tema da morte, inevitável para todos nós com o passar dos anos. Talvez a tal sabedoria seja esta: conviver com a ideia constante de que a vida acaba.
A vida acaba, mas a poesia prevalece. O Teatro Mágico e tantos outros artistas são o presente e o futuro da cultura brasileira. Artistas talentosos, mas também comprometidos com o bem da sociedade. É disso que o Brasil precisava, nos palcos em que Bibi pisou nos tempos da ditadura. É disso que o Brasil sempre vai precisar.
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