segunda-feira, 23 de abril de 2007

A merenda redescoberta

Na segunda passada eu postei no Fome de Que? sobre “Em busca do tempo perdido” de Proust e falei um pouco sobre a relação que a comida tem com a memória, o poder que ela tem de resgatar lembranças.

Um tempo, não perdido, mas passado da minha vida é o tempo da escola. Tempo bom que não volta nunca mais... Hora do recreio! Sempre acontecia alguma coisa, bastava pouca coisa e a gente se divertia!

Na minha escola, dava merenda mesmo. Como eu adorava o arroz papa com salsicha e também o arroz doce feito de leite em pó. E as goiabadas, as bolachas de maisena, o “sucrilhos”. E os pães de hot dog, às vezes as tias davam pra gente levar pra casa, era uma festa. Até mesmo dos pratos e canecas azuis com a inscrição P.M.S.P (minha escola era municipal) eu tenho saudade.

Cada lanche traz a memória de um acontecimento, como quando eu sujei toda a camiseta da minha amiga, jogando leite com chocolate nela, ou quando fazíamos guerra de mexerica, em “homenagem” ao nosso professor de matemática que tinha este apelido. Ou quando depois da aula de educação física, achávamos o máximo ir comprar uma tubaína e ficar tomando nas mesinhas da bomboniere.

Se a gente for parar pra medir quanto tempo de nossas vidas a gente estava em volta de comida, seja em um almoço em família, ou num lanche com os amigos, são incontáveis. Mas com certeza alguns são inesquecíveis. A merenda resume uma fase maravilhosa. Tudo isto tem gosto de infância pra mim. Tem gosto de vida!

texto publicado em www.vocestemfomedeque.blogspot.com

Um comentário:

Bianca Hayashi disse...

Ah, que bonito, Lí! Eu adorava a hora do lanchinho, sempre tinha cosias gostosas pra comer!