
Meu último texto sobre a África me fez sentir a necessidade de falar sobre minha viagem à Assunção em novembro do ano passado. Minha ida ao Paraguai causou muita curiosidade para muitas pessoas, e a maioria sempre perguntava: “Vai comprar muamba?”
Apesar de ter feito algumas comprinhas, a maioria delas lembrancinhas da Plaza de la libertad, e não de Ciudad del Este, o objetivo era acadêmico. Eu e mais cinco amigas fomos ao Paraguai realizar uma reportagem para a disciplina “Jornalismo e a política internacional”.
O tema de nossa reportagem era o cinema. Sim, existe cinema paraguaio, apesar de todos os problemas, os quais nossa reportagem buscou analisar. A maior dificuldade do país no desenvolvimento de uma cultura cinematográfica é a falta de incentivo do governo e o predomínio da circulação e exibição dos filmes de Hollywood, assim como no Brasil e no resto dos países latino americanos.
A viagem foi boa, porque é sempre muito interessante conhecer novos lugares, mas para mim ela foi melhor pelo o que ela mostrou de parecido. O Brasil às vezes se esquece de reconhecer, que salvo o idioma, somos muito semelhantes com os outros países do continente, principalmente nos problemas, historicamente criados desde a colonização.
Não só a África deve ser mais unida, a América latina também. Acredito que quanto mais países lutarem por soberania, o poder de influência de um só sobre o restante no cinema, na economia, na política poderá diminuir. E essa soberania é claro, a meu ver, deve partir do povo, não de forma manipulada como costuma acontecer.
Pode até ser utopia, mas quem sabe um dia a América Latina, de forma pacífica e não com guerra, alcance o ideal do argentino Che Guevara: “A vitória nossa ou a derrota de qualquer nação do mundo, é a derrota de todos".