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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Considerações sobre Paris




1. apesar de não ser uma pessoa tão viajada posso afirmar, com certeza, que não existe outra cidade igual. Ela tem mesmo aquele encanto, glamour, requinte que nenhuma outra do mundo tem.
2. as pessoas são mesmo um pouco blasées, e isso é natural, elas são assim, tipicamente francesas, com o ar esnobe e elegante.
3. não me arrisquei a comer coisas estranhas, mas é evidente que o tratamento à culinária é especial. Eles valorizam muito o momento das refeições e um restaurante bem simples de lá seria um chique daqui...
4. mesmo assim, o fast food está em todo o canto e se come de tudo: comida chinesa, japonesa, italiana, indiana etc.
5. o metrô é muito mais sujo que em SP, e além dos vendedores de bilhetes, não vi funcionários nas estações, como aqui. Seguranças, por exemplo, não tem. Os mendigos (sim, existem mendigos em Paris) dormem nas estações na madrugada, fugindo do frio. Não há quem os tire.
6. Apesar disso, mesmo na hora do Rush, o metrô nunca ficava cheio como o daqui (o mais cheio do mundo, conforme as pesquisas). Em Paris existem 14 linhas de metrô, enquanto aqui temos quatro e meia.
7. Impossível ir a qualquer lugar fora do trecho Eiffel-Louvre sem o mapa do metrô.
8. O taxi sai mais barato que em SP, sem contar, é claro, a variação do euro em relação ao real.
9. Caminhar a pé por Paris vale muito a pena. Você se depara com lugares inesperados e incríveis, por acaso.
10. Enquanto em SP a cultura das bicicletas é ainda papo de gente alternativa e “écolo”, como diriam os franceses, em Paris as pessoas comuns vão ao trabalho, ao mercado, em todo lugar.
11. O sistema ‘Vélib’ (bicicletas disponíveis para locação) é muito utilizado. Em algumas estações, era difícil encontrar em alguns horários alguma bicicleta disponível.
12. O frio faz as pessoas se vestirem muito bem. E como disse, todo mundo parece um pouco mais elegante por lá.
13. Paris é cheia de turistas japoneses e cariocas.
14. Os homens são mais diretos quando se interessam por alguém, ou consideram que as brasileiras são mais fáceis, e por isso tentam investir. Digo isto porque, uma vez, no metrô, um homem (que fazia doutorado e devia ter uns 30 e poucos anos) depois de puxar conversa comigo, já quis descer na mesma estação que eu e me levar em casa. Foi difícil explicar, em francês, que eu não queria que ele me acompanhasse. Além disso, no aeroporto, um funcionário me ajudou no check-in e já me convidou para tomar um café e sair, quando eu voltasse de Portugal...Em SP, é difícil a gente ser abordada em situações cotidianas como essas...
15. Pode ser só mito, mas na casa da família onde me hospedei, não via as pessoas irem tomar banho...
16. As lojas de lembrancinhas são todas de estrangeiros: indianos, latinos, conheci até um cara de Israel que tinha uma esposa brasileira. E os produtos dessas lojas são todos MADE IN CHINA.
17. Os imigrantes africanos são os camelôs (a palavra é francesa, mas lá não tem esse nosso sentido). Vendem as miniaturas da torre Eiffel, sobretudo.
18. Em cada passeio você descobre a rua ou estátua de algum escritor. A literatura realmente faz parte da cidade. Os escritores são patrimônio do país.
19. Paris aspira história e cultura.
20. Os cartazes das peças de teatro nas ruas são equivalentes aos de cinema. Estão em toda a parte. A agenda teatral é exibida no jornal da TV, assim como a previsão do tempo.
21. Os franceses adoram previsão do tempo.
22. Paris é romântica. Viajar a dois para lá deve ser maravilhoso. Mas, mesmo sozinha, é impossível não se apaixonar por ela.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Enquanto isso no Novo Mundo (ou no jardim do quintal)...


Meu último texto sobre a África me fez sentir a necessidade de falar sobre minha viagem à Assunção em novembro do ano passado. Minha ida ao Paraguai causou muita curiosidade para muitas pessoas, e a maioria sempre perguntava: “Vai comprar muamba?”

Apesar de ter feito algumas comprinhas, a maioria delas lembrancinhas da Plaza de la libertad, e não de Ciudad del Este, o objetivo era acadêmico. Eu e mais cinco amigas fomos ao Paraguai realizar uma reportagem para a disciplina “Jornalismo e a política internacional”.

O tema de nossa reportagem era o cinema. Sim, existe cinema paraguaio, apesar de todos os problemas, os quais nossa reportagem buscou analisar. A maior dificuldade do país no desenvolvimento de uma cultura cinematográfica é a falta de incentivo do governo e o predomínio da circulação e exibição dos filmes de Hollywood, assim como no Brasil e no resto dos países latino americanos.

A viagem foi boa, porque é sempre muito interessante conhecer novos lugares, mas para mim ela foi melhor pelo o que ela mostrou de parecido. O Brasil às vezes se esquece de reconhecer, que salvo o idioma, somos muito semelhantes com os outros países do continente, principalmente nos problemas, historicamente criados desde a colonização.

Não só a África deve ser mais unida, a América latina também. Acredito que quanto mais países lutarem por soberania, o poder de influência de um só sobre o restante no cinema, na economia, na política poderá diminuir. E essa soberania é claro, a meu ver, deve partir do povo, não de forma manipulada como costuma acontecer.

Pode até ser utopia, mas quem sabe um dia a América Latina, de forma pacífica e não com guerra, alcance o ideal do argentino Che Guevara: “A vitória nossa ou a derrota de qualquer nação do mundo, é a derrota de todos".